segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Potência olímpica do saber

(João Batista Garcia Canalle - JB) O Brasil está muito próximo de se tornar uma potência olímpica esportiva. Somos pentacampeões do mundo de futebol, supercampeões no vôlei, e nossos atletas conquistam cada vez mais medalhas na maioria dos torneios internacionais que disputam.

Mas como vamos na educação? Apesar de ainda termos muito a caminhar para abraçarmos todos os nossos jovens, de Norte a Sul, existe uma elite intelectual que representa o Brasil de forma magnífica em olimpíadas científicas internacionais. Ouso afirmar que já somos uma potência científica. Mas pouco se fala dos nossos "campeões do saber". Neste ano, por exemplo, estudantes brasileiros conquistaram duas medalhas de prata, uma de bronze e seis menções honrosas na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em inglês) e duas de ouro e três de prata na etapa Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA). Além de inúmeras conquistas em eventos internacionais de outras ciências.

Essas iniciativas são as principais ferramentas de que dispomos no país para estimular nossos jovens a estudar mais e melhor. Colaboram para a melhoria do processo educacional, estimulando a capacitação e a atualização de professores e ainda favorecem a identificação de alunos talentosos. A cada dia, os jogos de conhecimento mostram ser possível fomentar uma nova geração de estudiosos e pesquisadores sedentos pelo saber em todas as áreas. Mas, apesar de tantas conquistas, muita gente no meio acadêmico simplesmente não dá importância a esses eventos.

Nos últimos 15 anos, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), por exemplo, apresentou uma elevação literalmente astronômica no número de estudantes inscritos. Enquanto na edição de 1999 reunimos cerca de 15 mil estudantes, no ano passado ultrapassamos os 800 mil. Um aumento superior a nada menos que 5.000 %. Mas temos muito trabalho a fazer.

O país tem hoje 50 milhões de alunos, 2 milhões de professores e 190 mil escolas. É necessária uma atuação maior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) para manter atualizados os dados do censo escolar. É importante também que o Ministério da Educação (MEC) se envolva com nossas iniciativas e faça uma ampla campanha para divulgar a importância dos jogos do saber e das mostras e feiras científicas. É fundamental também que a União Nacional dos Dirigentes de Educação (Undime) envolva as secretarias municipais de Educação e as escolas em eventos de conhecimento. Somente por meio de um trabalho em conjunto poderemos melhorar todas as cadeias do processo educacional das redes públicas e privadas e, assim, construirmos um futuro melhor para os nossos jovens.

No ano que vem, podemos dar um importante passo durante o Fórum Mundial da Ciência, que vai ser realizado no Brasil. Os coordenadores das olimpíadas de conhecimento e os representantes dos ministérios da Educação (MEC) e de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCT) pretendem lançar um projeto para a realização de uma megaolimpíada internacional de conhecimento em 2016 no nosso país, que congregaria todas as competições internacionais de conhecimento daquele ano. Esse evento aconteceria justamente no ano em que os jogos olímpicos esportivos serão disputados no Rio de Janeiro.

Sonho com um futuro em que os nossos “medalhistas do saber” sejam recebidos também pelo presidente da República, assim como ocorre cada vez que o Brasil ganha uma Copa do Mundo de futebol.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Alunos vencedores da Olimpíada de Língua Portuguesa destacam importância da leitura, do estudo e da dedicação dos professores

(Agência Brasil / JC) Com os versos "O sertanejo anseia/ Uma visita em nossa terra, Faz as honras da casa/ E ansioso espera/ São José intercede/ E o povo reza" do poema Ô de Casa?!, o aluno Henrique Douglas, de 12 anos, do município de José da Penha (RN), ganhou um dos prêmios da Olimpíada de Língua Portuguesa.

O estudante contou como é ser o filho de um vaqueiro e viver no sertão nordestino. A competição premiou, ontem (10), 20 estudantes e seus professores nas categorias Poemas, Crônicas, Memórias Literárias e Artigo de Opinião.

"Demorei um bom tempo para construir o meu poema, a professora treinava muito. Em casa, minha mãe me incentivou a caprichar. Acho que o prêmio vai estimular os meus colegas a ler e estudar muito. Estou muito contente", comemorou Henrique, um dos cinco vencedores na categoria Poema.

A professora de Henrique também comemorou a vitória na premiação. Simone Bispo foi finalista nas duas edições anteriores, com medalhas de bronze e prata. Segundo ela, é no resultado positivo da competição que encontra forças para driblar os obstáculos da profissão. "É difícil. Algumas pessoas não acreditam no desempenho das crianças e alguns alunos não querem estudar. É preciso ter muita persistência e compromisso com a leitura e a escrita", diz Simone.

Jhonatan Oliveira Kempim, de 13 anos, um dos vencedores na categoria Memórias Literárias, foi inspirado pela comunidade indígena de Espigão do Oeste, em Rondônia, onde mora. Autor do texto O Tempo, O Chiado e As Flechas, o aluno contou como dois índios se assustaram com o chiado da panela de pressão e mataram um garotinho da região, acreditando que se tratava de um invasor.

Para Alan Francisco Gonçalves Souza, professor de Jhonatan e mais 65 alunos, a conquista "deu muito trabalho". "Chegamos a refazer o material em sala de aula mais de dez vezes. Tivemos vários problemas, o material da Olimpíada não chegava em nossa escola, tivemos que usar o que estava disponível na internet, mas o resultado é muito gostoso, ver os alunos animados", disse Alan, que conquistou o prêmio pela primeira vez.

Ao todo, a Olimpíada reuniu em Brasília 152 semifinalistas e teve a participação de quase 3 milhões de alunos do 5º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio de escolas públicas. Todos os semifinalistas receberam tablets.

Alunos e professores vencedores distribuídos em 13 estados brasileiros receberam medalha, um notebook e uma impressora. As escolas dos participantes também recebem dez computadores cada, um projetor multimídia, um telão para projeção além de livros para a biblioteca. Confira a lista dos vencedores: http://www.escrevendo.cenpec.org.br/images/stories/publico/noticias/2012vencedores.pdf.

A Olimpíada da Língua Portuguesa é uma parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação Itaú Social, sob a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). O objetivo da competição é influenciar na melhoria do ensino da leitura e da escrita, com ações de formação continuada para professores de 5º e 6º anos do ensino fundamental e orientar a produção de textos dos alunos da rede pública.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

OBA distribuiu mais de 32 mil medalhas no ano em que completou 15 anos

(Mercado da Comunicação) A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) completou 15 anos de atividades ininterruptas com diversas ações para os amantes das ciências espaciais. A edição de 2012 recebeu cerca de 800 mil participantes e distribuiu mais de 32 mil medalhas. O evento reuniu cerca de 9 mil escolas públicas e particulares, tanto rurais quanto urbanas, de todo o Brasil.

Houve também a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). A iniciativa recebeu projetos de quase 40 mil alunos de mais de mil escolas. Foram distribuídas, aproximadamente, 4 mil medalhas. A MOBFOG avaliou a capacidade dos jovens de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de garrafa pet ou de canudo de refrigerante.

Cerca de 400 medalhistas ainda foram convidados para participar da Jornada Espacial e da Jornada de Foguetes. A seleção teve como critério classificatório a colocação na OBA e na MOBFOG. Além de participar de oficinas sobre ciências espaciais, os grupos visitam instituições de grande relevância como, por exemplo, o Memorial Aeroespacial Brasileiro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Nas olimpíadas internacionais, em que os mais bem colocados na OBA representaram o nosso país, os resultados foram animadores. O Brasil conquistou duas medalhas de prata, uma de bronze e seis menções honrosas na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em inglês). O evento aconteceu no Rio de Janeiro. O próximo, ano que vem, será na cidade de Vólos, na Grécia.

Já na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), que aconteceu na cidade de Barranquilla, na Colômbia, duas medalhas de ouro e três de prata. Toda a equipe foi premiada.

A razão de tamanho êxito da OBA está na continuidade das ações promovidas ano após ano. Além de doar livros, galileoscópios, revistas Ciência Hoje, entre outros materiais educacionais, anualmente, os organizadores sugerem atividades práticas para serem realizadas nas escolas como, por exemplo, construção de relógios de Sol e Estelar, planisfério celeste rotativo, observações astronômicas e montagem e lançamento de foguetes feitos de garrafas pet.

- O intuito é preparar os alunos para a olimpíada e estimulá-los a aprender mais sobre as ciências espaciais – relata o astrônomo Dr. João Canalle, coordenador nacional da OBA.

Os Encontros Regionais de Ensino de Astronomia (EREAs) funcionam hoje como a base de todo o trabalho. O programa teve início em 2009 e já se encontra em sua 34ª edição. É realizado com parcerias locais e utiliza recursos obtidos junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os EREAs têm como objetivo promover palestras sobre o ensino de astronomia e realizar oficinas. Durante o programa, os participantes têm a oportunidade de aprender sobre as ciências astronômicas e espaciais. Geralmente são oferecidas oficinas sobre montagem de lunetas, observações astronômicas e comparações dos tamanhos dos planetas.

- A proposta central do EREA é discutir e compartilhar práticas pedagógicas voltadas ao ensino da disciplina, além de divulgar a importância dessa ciência em âmbito regional. Queremos buscar caminhos, criar rotas de conhecimento e sermos uma “ponte” com a finalidade de fomentar a integração entre educadores, pesquisadores e astrônomos – enfatiza Canalle.

Para quem deseja participar de eventos ligados às ciências astronômicas e espaciais, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) abrirá suas inscrições para o próximo ano a partir de janeiro. A prova acontecerá no dia 10 de maio de 2013. Os mais bem classificados poderão representar o país nas olimpíadas internacional e latino-americana, além de participarem das Jornadas Espacial, de Energia e de Foguetes, além do Space Camp.

Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
www.oba.org.br

Encontros Regionais de Ensino de Astronomia:
http://www.erea.ufscar.br/